Erguido para dar suporte durante a pandemia do novo coronavírus (Covid-19), o hospital de campanha já está funcionando em Campo Grande. A estrutura começou a ser construída ainda em março, quando Mato Grosso do Sul registrava os primeiros casos da doença. Agora, o Estado já totaliza mais de 6 mil pessoas infectadas pelo Sars-CoV-2.
O projeto envolveu o Governo de Mato Grosso do Sul, por meio da SES (Secretaria Estadual de Saúde), em parceria com o Comitê de Operacional de Emergência do HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul), que fica ao lado do local onde foi construída a estrutura de campanha. De acordo com o titular da Saúde no Estado, Geraldo Resende, havia esperança de que não fosse preciso utilizar o centro de triagem. No entanto, a medida precisou ser colocada em prática, já que o HRMS está sobrecarregado. Atualmente, a taxa de ocupação de leitos críticos da unidade hospitalar é de 78,1%.
“Sempre ressaltei que não queríamos chegar ao ponto de ter que usar este centro de triagem, porém, nos organizamos para este momento. Este local será usado para os casos não relacionados à Covid-19. Com o atual cenário, o acionamento da tenda se torna inevitável. Esperamos que a população passe, agora, a colaborar para que a pandemia não avance ainda mais”, disse Resende.
Equipes continuam trabalhando na manutenção preventiva das tendas do hospital de campanha. Paralelamente, os setores efêmeros ainda estão recebendo insumos e a área administrativa finaliza a montagem para os atendimentos, o que não impede a estrutura de receber os primeiros pacientes, que foram encaminhados na tarde desta quarta-feira.


O hospital de campanha conta com 144 leitos de enfermaria, que não serão ocupados na sua totalidade, além de consultórios, laboratório e farmácia. Conforme destacou o secretário, a estrutura será utilizada para pacientes que não estão com Covid-19, mas necessitam de internação. As unidades intensivas dentro do prédio continuam atendendo pacientes com o novo coronavírus e outras patologias.
Houve uma tentativa recente de não sobrecarregar o sistema, no último fim de semana, quando o HRMS transferiu 13 pacientes para outros hospitais de Campo Grande. Porém, o número de casos confirmados tem crescido de forma exponencial na Capital, o que elevou a taxa de ocupação dentro do Regional. Por conta da situação, a diretora-presidente da unidade hospitalar, Rosana Leite de Melo, lembrou que o apoio da população será fundamental para que o trabalho obtenha êxito.
“A pandemia se instalou de forma muito agressiva na Capital nos últimos dias. Não queríamos isso em nenhum momento, temos trabalhado de forma árdua para conter o novo coronavírus. Nossa equipe tem se redobrado, os protocolos médicos têm dado resultado juntamente com o teleatendimento, mas, infelizmente, o pior momento da pandemia está chegando até nós. Seremos firmes e fortes nesse enfrentamento. Faremos de tudo para atender a população sem que entremos em colapso, mas, sem o apoio da comunidade, será impossível”, alertou Rosana.